— Eixo 1:  Ensinar Mulheres na História —

Hoje, pensar na história sem mulheres parece impossível, devido às transformações no campo historiográfico, com novos objetos e fontes. Mas a consideração das mulheres na história é recente, datando a partir  de 1970. Por isso a necessidade de se refletir nesta temática no campo historiográfico, pois as mulheres estavam na história, mas as formas e maneiras pelas quais eram abordadas se limitavam a apenas algumas biografias e relatos escritos por observadores que diziam mais sobre quem estava escrevendo do que sobre elas. 

Para melhor tratar deste tema, utilizo as ideias de Michele Perrot (2007), que aponta para a possibilidade de uma história sem mulheres, indicando quando a história das mulheres saiu do silêncio e os motivos que provocaram esta saída. Estes questionamentos possibilitam breves reflexões acerca da questão da memória em torno das mulheres, pois a história, até certo momento, legitimou narrativas essencialmente masculinas, se abstendo de colocar o sujeito feminino na escrita. 

Desta trajetória alguns pontos merecem destaque na discussão, como, primeiramente, o silenciamento histórico das mulheres, destacando a necessidade de uma história das mulheres em seu conjunto, abrangendo um longo período de tempo.


 O segundo aspecto seria sua invisibilidade nos objetos de estudos da história, pois os relatos históricos centrados no espaço público se referem a posições e cargos nos quais elas não tinham espaço, sendo invisibilizadas. O terceiro aspecto está no tratamento das fontes na escrita essencialmente masculina, o que exclui as participações de mulheres em reuniões, locais públicos, etc.. Além disso, o tratamento desvalorizado de seus pertences, repassados e largados no tempo, não oportunizava análises. 

Por estes motivos, quando escolhi o período colonial da história do Brasil, considerei estas dificuldades relativas às fontes, por isso optei pelas biografias, pois oportunizariam trazer novas personagens históricas da vida privada.


— Sugestão de processo metodológico  —

Utilizar as mulheres como objeto de pesquisa em sala aula pode ser abordado de diversas maneiras, entre elas: 

a) pesquisas nos livros didáticos elaborando levantamentos em quais conteúdos, imagens e lugares no livros aparecem mulheres e como; 

b) destacar a importância das falas de mulheres por elas mesmas como mecanismo propulsor de igualdade de gênero, podendo ser elaboradas entrevistas para descobrir as vidas de mulheres próximas para perceber os papéis de gênero designados para elas, pontuando que seus lugares de agência acontece em diversos espaços; trabalhar com a história das mulheres em diferentes períodos de acordo com a faixa etária das/os alunas/os; 

c) Palavras da sabedoria das mulheres: Faça com que seus alunos encontrem citações ou frases famosas de mulheres na história e crie um quadro para exibi-las. 

d) Museu simbólico: Peça para que @s alun@s escolham uma personagem histórica, tragam uma foto dela e crie uma exposição com cada uma dessas fotos. Promova um tour pela sala, onde cada alun@ apresentará uma figura histórica feminina. Assim, estarão conhecendo e reforçando a figura da mulher, associando-a à nossa cultura. 

f) Pesquisar textos de poetas mulheres que se destacaram na literatura, coloque as peças em exibição. 


Sugestões de Vídeos:

 - A socióloga Maria Lygia Quartim de Moraes discute a temática da invisibilização das mulheres na história e comenta como esse processo de apagamento, além de prejudicar o acesso à produção feminina, tem o efeito de tolher a autoconsciência e auto compreensão das gerações presentes na medida em que produz um imaginário de figuras fortes, importantes e capazes quase que exclusivamente masculino.  <https://www.youtube.com/watch?v=aT14cSBKd7Q>

- Quando olhamos para trás e conhecemos os costumes dos nossos antepassados, a forma como eles lidavam com o próprio corpo e a sexualidade, compreendemos muito de nossos preconceitos e dos hábitos que reproduzimos... ou eliminamos. Um mergulho na história conduzido pela historiadora Mary del Priore revela que a repressão sexual vêm de longa data. <https://www.youtube.com/watch?v=fnw7yB7tYkU>

- A historiadora da Unicamp, Margareth Rago, traça um panorama do histórico do movimento feminista no país e destaca os avanços desses movimentos observados nas últimas décadas. < https://www.youtube.com/watch?v=gh67t3a9Mjs> 



Sugestões de Textos:

Mary Del Priore. HISTÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL. Udunesp/Contexto, 1997, 678 p. Resenha elaborada por: Benedito Carvalho Filho. <https://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10095/1/1997_art_bcarvalhofilho.pdf>

Gênero, Sexualidade e Educação - Uma Perspectiva Pós-estruturalista. Autoria: Guacira Lopes Louro

<https://bibliotecaonlinedahisfj.files.wordpress.com/2015/03/genero-sexualidade-e-educacao-guacira-lopes-louro.pdf>
 

Contato: vivianedmoreira@hotmail.com 
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